segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Soneto Verso e Reverso de Padre Antônio Tomas

Conversando com o autor dos meus dias, o sonetista Luiz Queiroz, ele fez referências a um poeta não muito midiático, mas não menos eficiente. Ele falou-me que leu alguns poemas soltos em alguma revista ou jornal a alguns anos atrás. E ao pesquisar sobre o referido autor encontrei algumas parcas informações. fiquei sabendo que o autor nunca publicou suas letras de artes( daí o motivo de meu pai achar alguns raros sonetos) das poucas informações que conseguir catar descobrir que o citado poeta ficou quase anônimo , ajudado pelo seu estilo meio Misantropo.
Falei tanto dele mas ia esquecendo de dizer seu nome: Trata-se do erudito poeta, sonetista por excelência, E asceta , Padre Antônio Tomás, que encarnou no dia 14 de Setembro de 1868 na cidade se Santana do Acaraú, zona Norte do Estado do Ceará e veio a falecer , infelizmente em julho de 1941.
Sua retração diante da sociedade é resultado de uma humildade e timidez inversamente proporcionais a sua sapiência. Conta a história que ele fez um testamento no qual ele exprimia o desejo de não publicarem em forma de livro os seus sonetos.
Pesquei ainda o que seria o seu epitáfio:
Quero ainda que meu corpo seja enterrado sem esquife, e que a pedra da sepultura seja reposta no mesmo plano ficando debaixo do chão, e que não se ponha em tempo algum, sobre ela, nome, data, inscrição ou qualquer sinal exterior que a faça lembrada”.

Vale a pena conferir seu trabalho. Eu não conhecia, mas passei a gostar muito!
Apreciem um de suas peças, a citada por meu pai - tem o tema de " Verso E Reverso":

VERSO E REVERSO¹

Essa mulher de face escaveirada,
Que vês tremendo em ânsias de fadiga,
Estendendo a quem passa a mão mirrada,
Foi meretriz antes de ser mendiga.

Fugiu-lhe breve, nessa vida airada,
Da mocidade a doce quadra amiga,
E chegou a ser velha e desgraçada
Antes do tempo... a tanto o vício obriga!

Ontem, do gozo e da volúpia ardente,
Fosse a quem fosse, dava a qualquer hora
O seio branco e o lábio sorridente.

E hoje – triste sina! – embalde chora,
Pedindo esmola àquela mesma gente
Que dos seus beijos se fartara outrora.




2 comentários:

  1. Outros sonetos de sua autoria, bem conhecidos idem, são CONTRASTE, O AÇUDE e A MORTE DO JANGADEIRO.
    Sua biografia IMPRESSA pode ser vista no livro "TERRA DA LUZ", Edição MEC, 1966, organizada pela Sec. de Ed. e Cultura do Ceará.

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  2. Outros sonetos de sua autoria, bem conhecidos idem, são CONTRASTE, O AÇUDE e A MORTE DO JANGADEIRO.
    Sua biografia IMPRESSA pode ser vista no livro "TERRA DA LUZ", Edição MEC, 1966, organizada pela Sec. de Ed. e Cultura do Ceará.

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