quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Crônica - O Bar Katmandu e a boemia - 13 de Agosto 20014

O Bar Katmandu e a boemia 

Principiei na boemia ainda jovem quando ainda estava na escola básica, fui levado para  tal ambiente por um professor de Literatura que tinha na conta dos seus bons alunos, segundo ele. Timidamente passei a freqüentar o tradicional bar da rua da Palma ( hoje rua do poço) freqüentado pela alta intelectualidade da cidade, de nome bastante exótico, era o Katmandu, segundo seu proprietário, o batismo do bar se deu da o aspecto cosmopolita da cidade nepalesa, tal qual seu bar. Exótica e variada era seu público constituído na sua maioria por intelectuais, jornalistas dos três  grandes diários da cidade, estudantes universitários na sua maioria do curso de jornalismo que cavavam um lugar ao sol num dos jornais. Em meio a todo essa mixórdia de freqüentadores, timidamente fui inserido a esse meio, era apenas um mero coadjuvante  desses personagens. Era apenas o pupilo do professor que me apresentou inicialmente como dono de bons sonetos alexandrinos  e isso rendeu um certo respeito pelos freqüentadores da mesa dezessete. Ao aumentar a assiduidade da freqüência no bar Katmandu, fez com que eu me tornasse figura permanente no corpo dos freqüentadores de lá. Após  alguns anos como titular do local, aumentei meu círculo de amizade dali e o respeito foi aumentado quando fui aprovado no vestibular para o curso de farmácia, ascendi socialmente naquele local com isso, garrafas e mais garrafas foram abertas em comemoração a tal situação.  Meu  cartaz foi tanto que recebemos a visita em nossa tradicional mesa dezessete do nada menos que o diretor chefe de redação de uns dos jornais de grande circulação, Jamil era um turco com forte influência no meio das altas rodas da sociedade . Ser amigo de Jamil significava garantia de boas colocações, seu poder de influências no meios jornalísticos permitia a certeza de um lugar ao sol. Foi através de Jamil que eu garantir um lugar no matutino de mais prestígio na cidade, passei a escrever sonetos três vezes por semana naquele jornal, no caderno de cultura. Essa colocação garantia um numerário razoável para ir levando o caro curso de farmácia. Estaria bem até hoje não tivesse eu cometido um deslize pueril, publiquei um soneto sionista exaltando o povo judeu, essa foi a gota d’água para ferir os brios de  Jamil, e meu  emprego sumir das mão. Não fosse uma meia dúzia de crônicas que vendo a um jornal, minha situação financeira estaria bastante combalida.

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