domingo, 31 de agosto de 2014

Crônica - Um dia qualquer - 31 de Agosto 2014

O dia começou como tantos outros de minha existência, não acordei cedo como sempre, a insônia da noite anterior não permitiu que eu caísse nos braços de Morfeu antes das duas e meia da matina! Acordando tarde, é natural que todos os ocupantes de meu lar tomassem rumos em seus itinerários das fainas obrigatória para um dia da semana! Só eu aqui na solidão da minha fortaleza, na ociosidade improdutiva de todos os dias, estou ilhado por quatro paredes da casa. Como eu disse, todos saíram para seus trabalhos diários, só não eu, como sempre moldando o nadar a fazer. Não fora minha condição de desajeitado para afazeres domésticos poderia por alguma ação que organizasse o ambiente familiar. No meu escritório, que é meu quarto,  o cenário permanece o mesmo de a vários dias, a cama cheia de livros, uma rede armada num recanto da parede, um cinzeiro cheio de guimbas empestando o ar do ambiente de um sarro nauseante. Sem nada a fazer me direcionado a minha janela e dali começo a fotografar mentalmente as paisagens momentâneas de minha rua, são nove horas da manhã, a rua está tão vazia quanto minha casa. Só alguns cachorros de rua que vagabundeiam aqui e acolá! Sacos de lixos de amontoam nas calçadas vizinhas, logo mais a coleta pública de lixo passará recolhendo todos inservíveis! O sol brilha intensamente, pior ainda no muro branco do cemitério ao longe, minhas retinas não gostam nada desse desgastes. O céu escampo de nuvens denunciam a ausência de chuvas. Um azul anil cobre todo céu até onde meu campo de visão periférica alcança! Do nada surge um moinho de vento levantando uma poeira que percorre toda rua desordenadamente! Natural esses moinhos de ventos para essa época. Volto para a prisão do lar, adentro meu escritório, folheio algum livro sem ler uma linha, penas folheio, apenas procuro algum símbolo significativo.

As horas passam, os ponteiros do relógio se entrecruzam, o ócio me deixa uma pessoa indiferente a tudo, nem a necessidade fisiológica de matar a fome me abala! Sono, o sono das horas erradas e descontroladas! Durmo, acordo rápido, dormir quanto tempo? Não sei! Estou sem relógio! O cuco bate uma vez apenas, penso ser doze e meia, mas como dormi talvez seja uma hora pelos meus cálculos. Ou seria uma meia hora de outra hora qualquer? Não fosse essa constância do relógio badalar a cada meia hora não estaria confuso! Lassidão, sono, uma inércia preguiçosa impede que eu me levante dessa situação de meio sono, meio sonho? Estarei dormindo? Estarei sonhando? Preciso sair dessa situação. Preciso andar nas ruas, conversar com alguém, discutir com alguém, discordar só pirraça de alguém. Hoje é um dia qualquer como outro, eu continuo amargo como qualquer outro dia. Apenas isso! 

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